sábado, 14 de julho de 2007

Para reflectir (e agir)

O Ano da Avaliação - Exigência, Incentivo e Apoio
José Matias Alves


Começámos o ano civil com o anúncio ministerial da prioridade à avaliação: avaliação dos professores, das escolas, dos alunos, das reformas. Compreende-se a intenção e a ênfase. De facto, a avaliação pode ser um valioso instrumento ao serviço da compreensão, do conhecimento das realidades positivas e negativas, da melhoria dos processos e dos resultados educativos.
Introduzir dinâmicas de avaliação no sistema de escolas (e na própria administração educativa, nas políticas, e não deixando de chamar à responsabilidade as famílias e os próprios agentes económicos) é gerar dispositivos de pressão e de exigência profissional e organizacional.
Esta pressão e esta exigência podem provocar múltiplos efeitos. Positivos e negativos. Uma maior clarificação do sentido da escola e da missão do professor. Uma maior consciencialização dos papéis profissionais. Um convite a uma maior unidade de referência e de cooperação na acção. Numa palavra: um maior sucesso (convém ler esta palavra no plural) tanto para alunos como para professores.
Mas pode também provocar desgaste, confusão de papéis, perda de identidade, conflito destrutivo, stresse, burnout (esgotamento), abandono, desinvestimento profissional, revolta e, no limite, caos pessoal e organizacional.
Ora, para que os efeitos positivos prevaleçam tem de haver uma política global, local e organizacional de incentivo, de reconhecimento, de securização e de apoio. Políticas humanizadas que reconheçam que as pessoas são a pedra angular de qualquer mudança. Políticas de compreensão e de confiança na autonomia, na liberdade, e na cooperação. As políticas de/com futuro.

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